Prato com purê de feijão branco, cogumelos portobello assados e tomates confitados
Acompanhamento, Prato Principal

Cogumelos assados com Purê de Feijão branco

Uma combinação de sabores e texturas

Em tempos de salvar várias idéias pra fazer depois e nunca mais pensar nelas, resolvi reproduzir uma delas, não segui receita, fiz do meu jeito, mas ficou tão gostoso que resolvi compartilhar. A ideia original encontrei no pinterest, salvei numa pasta de receitas veganas, essa especificamenteé do @sovegan. Ele faz um purê de feijão branco com alho, acompanhado de cogumelos assados finalizados com um chimichurri lindo, bem picadinho. A apresentação do prato ficou muito bonita, e, como tenho uma certa dificuldade em empratar acabei imitando o dele.

Prato com purê de feijão branco, cogumelos portobello assados e tomates confitados

Aproveitei uma sexta a noite pra servir um jantar especial aos dois humanos que moram nessa casa. Na quinta-feira deixei uma xícara de feijão branco de molho, troquei a água duas vezes num período de 16h, não precisa ser regra, mas ajuda bastante a eliminar fatores antinutricionais que prejudicam a digestão. Existe feijão branco enlatado, eu nunca usei, acredito que seja o dobro do preço, mas funciona em caso de falta de tempo.

No mercado achei cogumelos portobello grandes, mais ou menos do tamanho da palma da mão, eram 5 na embalagem (250g).Cozinhei o feijão com 2 folhas de loro e 3 cravos em panela de pressão com fogo médio por 20 minutos e deixei reservado.

Bônus: Tomates Confit

Decidi fazer uns tomates cereja confit para acompanhar, lavei cerca de 100g de tomates, e coloquei para assar com alecrim seco, sal e muito azeite em temperatura muito baixa, no meu forno o mínimo é 180º, por uns 50 minutos.

Limpei os cogumelos com papel toalha úmido e pincelei uma pasta de missô (1 colher de sopa), água (3 colheres de sopa), azeite (1 colher de sopa), páprica defumada, cominho, pimenta do reino, pimenta caiena e sal (tudo a gosto). Assei a 180º, tirei quando estavam começando a grudar na forma, foram uns 40 minutos.

Enquanto os tomates e os cogumelos assavam, preparei um vinagrete meio chimichurri, diferente do vídeo, coloquei cebola roxa e acho que deu um leve toque adocicado que eu amo. Usei salsinha, cebolinha, cebola roxa, pimenta vermelha (essas de jardim, acho que é cumari), orégano, vinagre, azeite e sal, tudo bem picadinho pra ficar lindinho como o dele.

No vídeo o sovegan utiliza uma cabeça de alho assada e bate com o feijão no liquidificador, um jeito simples e rápido, deve ficar bom. Mas, para o meu purê, refoguei um punhado de alho poró cortado em rodelas não muito finas (cerca de 3 colheres de sopa), adicionei o feijão cozido, 1/4 de xícara de leite de castanha de caju, sal e 1 colher de sopa rasa de manteiga vegetal, processei tudo com o mixer de mão e voltei ao fogo só para aquecer.

Com tudo pronto, montei os pratos e servi. O sabor do cogumelo foi surpreendente, o ácido do vinagrete foi equilibrado com o purê e os tomates trouxeram suculência, tudo combinou e foi muito aprovado!

E as proteínas?

É de conhecimento comum que alimentos de origem animal são ricos em proteínas completas e a primeira pergunta que fazem quando alguém diz que não come “carne” é “E a proteína?”.

Quem é vegetariano, vegano, simpatizante, deve estar acostumado a procurar opções sem proteína de origem animal quando vão à restaurantes e muitas vezes encontra pratos feitos com cogumelo. Apesar de muito rico em diversos nutrientes como vitaminas do complexo B, vitamina D, C e E, mineiras e antioxidantes, os cogumelos não são uma fonte concentrada de proteína. No começo da minha transição já acreditei nisso e várias vezes comi cogumelos achando que meu prato estava super equilibrado. Entender a função e origem das proteínas é fundamental para quem adota uma dieta a base de plantas para garantir uma nutrição adequada.

As proteínas desempenham papéis muito importantes em diversas funções corporais, incluindo a estrutura celular, o transporte de nutrientes, a comunicação entre células, a função enzimática, resposta imunológica entre outras. São formadas por cadeias de aminoácidos que se organizam em estruturas complexas tornando-se capazes de exercer funções biológicas específicas.

Existem cerca de 20 aminoácidos que são comumente encontrados nas proteínas. Destes, nove são considerados essenciais para o funcionamento adequado dos seres humanos, e nosso corpo não consegue produzi-los por conta própria, portanto, devem ser obtidos através da alimentação.

As leguminosas (feijões, lentilhas, grão de bico, ervilha, soja…) são a principal fonte de proteína vegetal, mas é necessário saber que sozinhas não fornecem a quantidade necessária de aminoácidos, é preciso combinar uma porção de cereais e oleaginosas para obter uma proteína completa. Embora as leguminosas sejam ricas em proteínas, tendem a ser deficientes em um ou mais aminoácidos essenciais, enquanto os cereais e oleaginosas complementam essas deficiências, fornecendo outros aminoácidos.

Portanto, é preciso combinar leguminosas com cereais (arroz, trigo, quinoa) e oleaginosas (nozes, amêndoas, sementes), para obter uma variedade adequada de aminoácidos essenciais, formando uma proteína completa.

Depois de dizer tudo isso, a reflexão: O prato que servi não contempla porções dos grupos dos cereais e oleaginosas, pergunto de novo, e a proteína?

Algo interessante, e pra mim, muito legal na dieta a base de plantas, é que, apesar do consumo dos aminoácidos essenciais ser uma regra para obtenção das proteínas, eles não precisam ser combinados numa única refeição. Pra quem gosta de comer diversos alimentos combinados de formas diferentes, pode ficar tranquilo porque é muito provável que consiga todos os aminoácidos essenciais ao longo do dia.

Com a escolha de alimentos variados nas refeições diárias, fornecemos diversas fontes de proteínas ao nosso organismo, essas são digeridas no trato gastrointestinal e os aminoácidos que são liberados nessa quebra pegam uma carona nas células intestinais e são transportados pela corrente sanguínea para diferentes partes do corpo, onde são utilizados para várias funções orgânicas já citadas.

É claro que, cada pessoa é diferente e a quantidade de proteína (e outros nutrientes) deve ser calculada com base na atividade, estilo de vida, objetivo e necessidade de cada um. Então, procurar profissionais capacitados faz toda diferença na hora de compreender funções e necessidades do corpo em diferentes fases da vida.

Depois de tudo isso, sigo com as receitas. Serão descritas na ordem que fiz e tudo ficou pronto num tempo similar. Como utilizei feijão cru, coloquei para cozinhar antes de tudo.

Tomates cereja confitados

A temperatura baixa e a grande concentração de gordura cozinham os tomates até que fiquem murchos e suculentos ao mesmo tempo, comer tomates confit é uma experiência muito interessante de texturas e sabores.

Precisa de: Assadeira e forno.

Ingredientes:

  • 100g de tomate cereja
  • Azeite suficiente para engordurar todos os tomates e sobrar
  • Alecrim e sal a gosto.

Tomilho, sálvia e outras ervinhas devem cair bem aqui.

Modo de fazer:

  1. Lavar os tomates;
  2. Colocar numa forma e despejar o azeite, adicionar os temperos;
  3. Assar em temperatura baixa, 180º por 50 minutos verificando aparência e textura de preferência.

A pele dos tomates pode ficar ligeiramente enrugada, mas ainda mantém um visual atraente. A cor deles geralmente se intensifica, resultando em tons mais profundos de vermelho.

Cogumelos portobello assados

Pincelados com uma pasta de temperos, os cogumelos são assados em baixa temperatura e o resultado é muito saboroso e o cogumelo fica suculento. Dá até pra comer os talos, mas ficam mais ressecados e borrachudos.

Precisa de: Assadeira e Forno.

Ingredientes:

  • 250g de cogumelos portobello grandes (cerca de 5 unidades)
  • 1 a 2 colheres de sopa de missô ~35g
  • 2 colheres de sopa de água – 30g
  • 1 colher de sopa de azeite ~20g
  • Páprica defumada, pimenta do reino, cominho em pó, pimenta caiena e sal a gosto

Modo de fazer:

  1. Limpar os cogumelos com papel toalha úmido e reservar;
  2. Misturar os demais ingredientes, ajustar os sabores conforme preferência;
  3. Com um pincel culinário, espalhar essa pasta nos cogumelos, reforçando a parte de baixo, onde mais absorve;
  4. Distribuir os cogumelos numa assadeira, ideal que seja forrada com papel manteiga;
  5. Levar ao forno pré aquecido a 180º por aproximadamente 40 minutos, verificando a textura e aparência.

Vinagrete

Vinagrete ou chimichurri? Talvez seja uma mistura dos dois, o importante é que o sabor ácido dá um toque super especial nos cogumelos e é equilibrado com o purê de feijão.

Precisa de: Um bowl, vasilha, tapaué; e Faca

Ingredientes:

  • Um punhado de salsinha
  • Um punhado de cebolinha
  • 1/4 de cebola roxa pequena
  • 2 pimentas cumari
  • 4 colheres de sopa de vinagre
  • 1 colher de sopa de azeite
  • Orégano e sal a gosto.

Modo de fazer:

  1. Picar a salsinha, a cebolinha, a cebola e as pimentas bem pequenininho e colocar num bowl;
  2. Adicionar os demais ingredientes e misturar bem;
  3. Provar e ajustar os sabores;
  4. Guardar até a hora de servir.

Purê de feijão branco

Muito fácil de fazer e com uma textura macia e saborosa, o purê se torna uma ótima base para misturar os sabores do prato.

Precisa de: Panela de pressão, panela, mixer de mão, faca e fogo.

Ingredientes:

  • 1 xícara de feijão branco cru ~ 200g
  • 3 cravos
  • 2 folhas de loro
  • ¼ de xícara de alho-poró ~60g
  • 3 colheres de sopa de Leite de castanha de caju ~45g
  • 1 colher de sopa de manteiga vegetal ~15g
  • Sal a gosto.

Modo de fazer:

  1. Depois de demolhar o feijão por pelo menos 12h e trocar água, colocar o feijão na panela de pressão junto com os cravos e as folhas de loro, colocar água suficiente para cobrir o feijão e mais um pouco, cozinhar na pressão por 20 minutos;
  2. Numa panela, refogar o alho poró por uns 3 minutos em fogo médio/baixo;
  3. Adicionar o feijão na panela e refogar por mais alguns minutos;
  4. Retirar do fogo e adicionar o sal, a manteiga e o leite de castanha mexendo para incorporar;
  5. Com um mixer de mão e com cuidado, processar o conteúdo na panela mesmo e quando atingir uma consistência desejada, voltar ao fogo para aquecer;
  6. E tá pronto!

Se estiver com o tempo curto e preferir, pode ser feito com feijão enlatado.

Agora é hora de montar o prato!